A liberdade da autenticidade.

Desde muito cedo, percebi que para assumir a autenticidade era necessário ter coragem de se responsabilizar por pensamentos verdadeiros que vêm da própria alma. Ser autêntico (a) significa cumprir com uma agenda que não está oculta; ela começa a ser trabalhada desde um entendimento maior de si mesmo(a), passando por uma jornada de autodescoberta eterna. Parece que a cada aprendizado desperta um encontro com uma parte da qual tendemos a nos esconder e quando nos dispomos a encontrar todas as “personalidades” que brigam internamente, para assumir o controle diante das situações, tomamos consciência de nossa multifacetada situação humana.

Dentro de nós existem muitos vieses do inconsciente criados ao longo do tempo, a partir de nossa infância, dos primeiros encontros e desencontros com os seres humanos, que possuem crenças tão limitantes quanto as nossas. Nestes encontros e desencontros, esbarramos com “espelhos” que refletem nossas próprias limitações ou potencialidades. As escolhas que fazemos dependem de nossa vontade genuína de gerar mais consciência de nós ou não. O importante é não culpar nem responsabilizar o externo, pois tudo está dentro de nós.

Outro dia, estava com um mentorado e falamos sobre estes pontos. Ele se recusou veementemente em aceitar que a responsabilidade pelos conflitos externos era 100% dele, como diz Fred Kofman em seu livro “Consciência dos Negócios”. Este assunto não é novo, assim como o tema liderança, e pergunto: por que demoramos tanto a assimilar estas questões dentro de nós?

Por que será que o tema saúde mental está tão em voga hoje, principalmente dentro das organizações? Antes, tínhamos uma visão míope de que o líder era o herói perfeito, sem falhas, não multifacetado, quase um oráculo, imune a qualquer assunto, pois além de ser um super-herói, se manifestava como um líder que merecia ser seguido.

Hoje, o mais importante não é ser seguido, é dar autonomia, entender que tudo faz parte de um mundo interconectado, compartilhando a responsabilidade e dando autonomia para as pessoas agirem dentro de suas capacidades máxima. Fazer conexões e, a partir do autoconhecimento, estabelecer elos genuínos com os liderados, incluindo o conhecimento do propósito dos demais.

Ontem tive o privilégio de conduzir um workshop com a equipe da área comercial da Danone, sob a liderança inspiradora da head, @RenataSartorio, que com a intenção de promover conexões genuínas, criou um ambiente aberto de escuta, de diálogos e de interações que ampliaram os vínculos com sua equipe. Desta forma, o time se sentiu engajado, desenvolveram o propósito da área a partir do entendimento da interdependência entre as áreas, as pessoas e a empresa, que se entrelaçam intrinsecamente. Ao conscientizarem-se e compreenderem os propósitos individuais, cultivaram conexões significativas e poderosas, alinhadas com o propósito maior da empresa. Dessa forma, a equipe conseguiu estabelecer laços valiosos, fundamentados na geração da confiança mútua e impulsionados pelo profundo entendimento dos propósitos individuais. Iniciamos o workshop com um olhar para o autoconhecimento e o conhecimento das personalidades interconectadas da equipe.

Sabe-se que o autoconhecimento rege o equilíbrio, estrutura e fortalece para entender a confusão dos espelhos que refletem o tempo todo o que precisa ser conhecido de si mesmo e da equipe. Para se tornar um líder que provoca, gera e promove as mudanças necessárias para acompanhar o frenesi destes tempos agitados e repletos de mudanças frequentes, é necessário sentir-se seguro diante do imprevisível mundo contemporâneo, buscando conhecimento e ampliando seu entendimento pela intuição.

Entender de tudo, sim, mas do que acontece dentro de si, sendo guiado por seu propósito e sabendo que o que dá lucro é entender de gente. Saber conectar, apoiar e suportar a instabilidade de mudanças bruscas. As empresas mudam, mudaram e continuarão a mudar e os funcionários devem ser suportados para entenderem mais de si mesmos do que do contexto. A partir deste entendimento e do entendimento das pessoas que estão conectadas, é possível gerar um nível de consciência mais apurado, tendo menos conflitos e mais encontros. Compreender que o conhecimento coletivo é maior e que somos capazes de desafiar o que vem de forma tão desafiadora.

Como será o futuro? Compreender o presente e estar presente é o segredo para se lançar acima das expectativas de um futuro perfeito e estável, visto que os aprendizados acontecem diante de nossos olhos quando estamos despertos, atentos aos movimentos e solavancos de uma realidade saltitante e instável.

Por isso, ainda há tempo de buscar se estabelecer neste tempo instável. Minha sugestão? Comece por você!

O mentoring pode ser um caminho e existem várias ferramentas que te apoiarão a enxergar todas as possibilidades quando você tem ao convidar as “partes internas” para atuarem em conjunto. Entender, conectar as personalidades interiores e agir proativamente para ser ÚNICO a serviço de uma empresa chamada EU SOU.

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